Danos do percevejo marrom na soja e sua forma de controle
- Giovani Canedo
- 25 de jun. de 2022
- 3 min de leitura
Euschistus heros tem sido considerado uma das principais e mais abundantes pragas da soja, no Brasil.
Saindo um pouco da morfologia externa desse inseto-praga e suas características que o classificam como Subordem Heteroptera, veja alguns dados sobre a sua atuação em uma lavoura: estima-se que seu dano para 1 indivíduo/m² é de 0,08 g/dia. Porém, inferior parece esse número até começar as contas.
Considerando esse dano, em 1 hectare, teremos percas de 0,8 kg/ha/dia. Desse modo, pensando que o período médio de ataque desse percevejo é de 35 dias, o dano até o final do seu ciclo será de 30 kg/ha, por percevejo/m² - POR CADA percevejo!
Entretanto, olhando apenas para esse número, e exclusivamente para essa perca, você até pode se perguntar por que ele é uma praga tão importante sendo que vai embora “apenas” meio saco de soja por hectare. E realmente não é tão significativo quando comparado com outras pragas e doenças.
No entanto, você se esqueceu do grande e real agravante dessa praga: abortamento de vagens nos estádios R2, R3 e R4, além da má formação de grãos; perdas de qualidade dos grãos podendo causar prejuízos de até 30% no potencial produtivo. Além disso tudo, já tendo quase toda produção comprometida na importante fase de enchimento de grão, as toxinas injetadas pela saliva do percevejo-marrom provocam a já conhecida “retenção foliar”, também. Ou seja, problemas que perduram até o período da colheita.
Por assim ser, cálculos e uma cautela a mais no manejo nunca é demais.
Pensando nisso, fique atento a estes três pontos quanto ao manejo desse importante inseto-praga:
1. Período de chegada e ataque do percevejo marrom na soja. Durante o inverno, período agora que estamos, esse percevejo entra em diapausa — ou seja, vive nesses próximos meses sem se alimentar e fica sobrevivendo apenas com a energia que estava armazenada dos meses passados.
Contudo, como já se sabe, em outubro temos o início da maioria dos plantios da nossa região. Em novembro, presença deles em abrigos nas beiradas de matas e dos talhões; janeiro e fevereiro, já tendo a maioria das variedades no estádio reprodutivo, tem-se uma intensificação dos percevejos nas lavouras; em abril procuram novamente hospedeiros para se abrigar, fechando o ciclo em junho/julho novamente com sua diapausa.
O período de ataque que causa maiores prejuízos é, geralmente, de R3 até R7 na cultura da soja, quando devemos realizar amostragens e identificar possível controle. A título de curiosidade, normalmente fêmeas ovipositam nas folhas ou vagens em formato de massas ou fileiras com 5 a 7 ovos de cor amarelada.
2. Métodos de Controle. Aqui falamos de obter uma certa população estimada de insetos para atingir o Nível de Controle (NC), que varia de acordo com a finalidade do talhão cultivado.
A recomendação seria ter, através do pano de batida, 2 percevejos/m para produção de soja para grão e 1 percevejo/m para soja semente — todavia, convenhamos: para soja semente o nível deveria ser 0 percevejos/m, por entender todos os danos que essa praga causa ao estande de plantas, onde, nesse principal modo de produção, o poder germinativo e boa sanidade de sementes é o mais importante.
Já foi levantada a hipótese de casos de resistência do percevejo marrom ou perda da eficiência das moléculas existentes no mercado, porém, basicamente, há 3 grupos químicos usados: Organofosforado, Piretróide e Neonicotinóide. Estamos falando, por exemplo, das moléculas: Acefato; Tiametoxam; Imidacloprid; Lambda-cialotrina; Beta-ciflutrina; Imidacloprid + beta-ciflutrina.
3. Alternativas de Controle Biológico. É importante priorizar, sempre que possível, produtos químicos seletivos a inimigos naturais — há uma ótima contribuição na redução populacional não só desse percevejo, mas também de outros insetos. Dentro desse grupo, os parasitoides de ovos são os mais importantes.
Por essas e por outras, destacam-se as espécies: Trissolcus basalis e Telenomus podisi, com dados mostrando, respectivamente, 60% e 80% de parasitismo.
bom tetxo
observações importantes
parabens giovani
parabéns
ótimo texto Giovani