Diaphorina citri: inseto vetor da bactéria causadora do greening dos citros
- Giovani Canedo
- 21 de abr. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de jun. de 2022
Dentro da citricultura, considerada a pior doença dos citros no mundo - em função da dificuldade de controle, da rápida disseminação e por ser altamente destrutiva aos pomares - hoje, a produção de citros na Ásia e na África é severamente afetada por esta doença e o Brasil está apresentando crescentes números de alerta: dados de 2021 mostram como a incidência cresceu 7,2%, sendo o quarto salto consecutivo da doença (2018: 18,15%; 2019: 19,02%; 2020: 20,87%).
O psilídeo Diaphorina citri, a título de curiosidade, mede de dois a três milímetros e possui o costume de viver em plantas da família Rutaceae, principalmente em murtas - espécie Murraya paniculata, uma planta ornamental - e em todas as variedades de citros. Para visualiza-los, nossos olhos devem estar voltados nas brotações – preferem os brotos para se alimentar e reproduzir, mas podem ser observados também nas folhas maduras, principalmente na face inferior.
O agente causador é uma bactéria que apresenta crescimento limitado ao floema (tecido condutor de seiva elaborada).
Por assim ser, os danos diretos causados por esse inseto devido à sucção contínua de seiva não representam prejuízos significativos ao pomar, porém, perceba que é durante a alimentação em plantas doentes que o inseto adquire a bactéria causadora do greening e que insetos contaminados transmitem a bactéria a plantas sadias – psilídeos que se desenvolvem em plantas doentes apresentam maior eficiência de transmissão em comparação aos que adquirem a bactéria na fase adulta (Revista Cultivar).
O sintoma inicial do greening geralmente aparece em um galho ou ramo, que se destaca pela cor amarela em contraste com a coloração verde das folhas dos ramos não afetados. As folhas, por sua vez, de modo semelhante, apresentam coloração amarela pálida, com áreas de cor verde, formando manchas irregulares. Tendo em vista a evolução da doença em seu pomar, a consequência será uma intensa desfolha dos ramos afetados e os sintomas começando a aparecer em outros ramos da planta, com o surgimento de seca e morte dos ponteiros.
Entretanto, fique de olho quanto o diagnóstico correto - sendo a melhor opção contatar um Engenheiro Agrônomo para esta ocasião - pois os sintomas do greening também podem ser confundidos com as deficiências nutricionais.
Por exemplo, temos cinco casos: 1. Deficiência de zinco - visualização de manchas amarelas uniformes, folhas pequenas e estreitas, apresentando aspectos de estarem retorcidas, além de clorose acentuada do limbo entre as nervuras. 2. Magnésio - aparecimento de amarecimento em “V” invertido. 3. Manganês - cloroses entre as nervuras, facilmente confundida. 4. Cobre - ponteiro de cor amarelada. 5. CVC - manchas amarelas e irregulares espalhadas na frente e de cor palha na parte abaxial das folhas.
É preciso saber diferenciar os sintomas para reconhecer a doença no campo.
Partindo para o manejo de identificação para algumas formas que podemos identificar em campo o psilídeo Diaphorina citri, teremos:
1. Ovo: as fêmeas podem colocar até 800 ovos, que são amarelos e aderem às folhas das brotações. O psilídeo apresenta três fases de desenvolvimento ao longo de sua vida, e seu ciclo desde ovo até adulto dura cerca de 15 dias (verão) a 40 dias (inverno).
2. Ninfas: são achatadas, de coloração amarelo-alaranjado e pernas curtas. Alimentam-se exclusivamente nos brotos novos e caminham lentamente. Durante a alimentação, eliminam substâncias brancas em grande quantidade - outra característica marcante da espécie.
3. Adulto: possui asas transparentes com bordas escuras. Alimenta-se principalmente em brotações, onde faz a oviposição e as ninfas se desenvolvem, entretanto também pode ser encontrado nas folhas maduras. Desse modo, os psilídeos saltam ou voam pequenas distâncias quando perturbados - dificultando ainda mais o manejo.
Por essas e por outras, o monitoramento do psilídeo pode ser realizado por meio de armadilhas adesivas amarelas e pela inspeção visual de brotos novos e folhas maduras.
Portanto, recomenda-se o uso das mesmas armadilhas - podendo ser umas das alternativas - para monitorar a entrada e movimentação do inseto no pomar. Elas devem ser colocadas em pontos estratégicos, como na periferia da propriedade e nas bordas dos talhões. De maneira mais específica, as armadilhas devem ser instaladas a cada 100-250 metros, sempre posicionadas no terço superior das plantas, nas extremidades dos ramos e voltadas para fora. A avaliação das armadilhas, para contagem do número de psilídeos capturados, deve ocorrer semanalmente. A troca deve ser realizada a cada duas semanas.
Leia nossa próxima publicação: Conheça a importância da sanidade do baixeiro para altas produtividades!
legal dmz
parabens pessoalç
👏👏
parabens
bacana!