Dicas de coleta para uma boa análise de solo na sua propriedade rural
- Giovani Canedo
- 17 de abr. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de jun. de 2022
Com o aumento do agronegócio, o Brasil vem ganhando cada vez mais visibilidade no cenário mundial da produção agrícola, com um olhar crescente e especial no manejo e conservação do solo, devido ao grande número de exportações.
A análise do solo é um conjunto de diversos processos químicos que determinam a disponibilidade a sua planta cultivada e a existência de nutrientes naquele solo. Inclusive, há um princípio na agricultura conhecido como Lei de Liebig, a Lei do Mínimo, no qual se estabelece que o desenvolvimento de uma planta fica limitado quando há nutrientes em falta no seu sistema produtivo ou indisponibilizados, mesmo que todos os outros elementos ou fatores estejam presentes. Cautela aqui!
Por essa razão, manter uma periodicidade correta de análise do solo vai garantir que sua produção tenha menos surpresas indesejadas - tanto produtivas como também a níveis físicos do solo - e que a safra em questão obtenha o teto produtivo planejado e seu lucro estimado, ao produtor rural.
No entanto, não se esqueça: você precisa levar em conta três critérios para fazer a amostragem que será enviada ao laboratório para executar a sua análise de forma correta e efetiva:
1. Definição do local da amostragem. Faça a divisão da área total, mais heterogênea possível, em glebas homogêneas, que serão divididas de acordo com textura, coloração, relevo, vegetação, adubação e calagem de anos anteriores e histórico de manejo, por exemplo. Um cuidado importante é limpar o local, eliminando capim, pedras e demais resíduos. Também, evite locais nos quais existiu queima de restos culturais ou tocos, presença de formigueiros ou cupinzeiros, depósito de adubos ou cochos para bovinos, local de deposição de fezes e pastagens.
O caminhamento percorrido pela área deverá ser em zigue-zague de forma aleatória.
2. Colete diversas subamostras. Para cada área homogênea delimitada pelo Engenheiro Agrônomo ou Técnico Agrícola responsável, de acordo com o Manual de Fertilidade do Solo, as áreas precisam de ter até 20 hectares e devem ser consideradas as condições de topografia, cor, vegetação como já dito acima. Realize a coleta de 15 a 20 amostras simples que devem ser colocadas em um balde limpo, quebrando os torrões quando necessário. Desse material coletado, selecione cerca de 300 a 500 gramas para envio ao laboratório de análise. As amostras compostas devem ser acondicionadas em sacos plásticos, depois de serem secadas, e posteriormente enviadas ao mesmo laboratório.
Há algumas informações básicas para que não ocorra nenhum desentendimento com sua amostra de solo, devendo conter em sua identificação: nome do produtor e da propriedade; endereço; data da coleta; profundidade; talhão coletado; cultura existente; e; o que será plantado na área.
3. Análise física não exclui a análise química. A análise física é aquela que você tem entendimento sobre qual a porcentagem de argila, areia e silte do teu solo. Isso é extremamente importante não só no manejo de nutrientes, mas como no uso de defensivos - ponto pouco comentando na hora da explicação de sua importância.
Perceba que herbicidas pré-emergentes, por exemplo, são recomendados em maiores doses em áreas mais argilosas, buscando a máxima eficiência do produto.
Pensando na análise química completa, é feita quando há necessidade que sejam avaliados todos os macronutrientes e os micronutrientes do solo que será manejado. Esse tipo de análise é muito eficaz quando não há nenhuma informação sobre a propriedade, para novas áreas de abertura ou mudança brusca de sistema produtivo. Por outro lado, caso você já possua as informações da área, uma análise química básica de rotina é o suficiente para atender sua demanda - necessita ser feita pelo menos uma vez ao ano.
Nesse sentido, ao tratar da época de execução da amostragem, lembre-se que não existe uma data melhor ou pior para a análise do solo, desde que você observe alguns fatores básicos de atenção: a antecedência para realizar a correção de acidez do solo - ficando entre 3 a 6 meses antes do plantio, contando o tempo da entrega do laudo do laboratório escolhido - e evitar amostragens feitas logo após o uso de fertilizantes.
Por essas e por outras, compreendemos como o futuro da agricultura depende dos cuidados com o solo e, por assim ser, a coleta para uma boa análise de solo se torna cada vez mais imprescindível.
Portanto, toda a parte de amostragem tratada aqui é somente o início do planejamento de uma safra, que, por enquanto, está somente no papel. É nesse momento de planejamento do plantio que torna-se indispensável verificar outros fatores que interferem na produtividade das culturas que passam despercebidos, como: uso de sementes de alto potencial produtivo - ou, se caso faça o salvamento das sementes, verifique como é feito o armazenamento correto -, época e forma de aplicação dos adubos e corretivos do solo, como e quando serão aplicados, de acordo com o cronograma de aplicação desenvolvido pelo Engenheiro Agrônomo responsável pela propriedade.
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legal dmz
boa pessoal
👏👏
continuem
parabens pelo texto